A liberdade dos adultos

O que é a liberdade?

Aristóteles diz: “A liberdade é a capacidade de decidir-se a si mesmo para um determinado agir ou sua omissão”. Logo, liberdade é o princípio para escolher entre alternativas possíveis, realizando-se como decisão e ato voluntário.

A bíblia diz: “Ser livre significa pertencer completamente a Deus, fazer a sua vontade, porque Ele deseja a nossa salvação. Ser livre fazendo o bem é agradar a Deus.”

O dicionário diz: “Aptidão particular do indivíduo de escolher de modo completamente autônomo, expressando os distintos aspectos da sua essência ou de sua natureza.”

Se existem tantos significados para a liberdade, porque ela se mantém tão difícil de se conquistar, mesmo quando nos tornamos adultos?

É fácil e compreensivo pensar que crianças não podem ser totalmente livres. Elas estão formando seu crivo entre o que é certo ou errado, o que lhes faz bem ou mal, mesmo que seja por experimentação.

O adolescente também está vivendo esse processo ainda, porém com um grau maior de risco que se submete perante suas próprias escolhas. É como se fosse uma simulação mais real do que a vida adulta reserva para ele.

E nós adultos, quando chegamos na maturidade da idade que iria certamente proporcionar essa sensação de independência, ainda continuamos presos.

Bert, em seu livro Viagens Interiores, traz a seguinte passagem:

Nossa liberdade está em busca de algo. Quando encontra isto, atinge o seu objetivo e cessa, pois o que lhe resta buscar, se atingiu sua meta?

Há, também uma liberdade sem busca. Em vez de aproximar-se, ela se afasta de algo. Como jamais atinge a meta, ela também nunca cessa.

Quando persegue um objetivo, nossa liberdade está a seu serviço e tem força. Em contraposição, quando só pretende fugir de algo, nossa liberdade permanece vazia, estranhamente vazia. Como carece de direcionamento e de dedicação, torna-se fraca e pobre.

Em nossas viagens interiores, permanecemos livres num sentido positivo. Temos uma direção mesmo que a nossa meta, por ser a derradeira, permaneça amplamente oculta. Todavia, seu caráter oculto, não a torna totalmente vazia, pois este vazio é pleno.

Mesmo antes de chegarmos, a própria direção já nos torna plenos, tão plenos que ai cessa a nossa liberdade: seja qual for a distância a que cheguemos, nada vai além deste caminho.

Onde mais a liberdade cessa? No momento, em que estamos completamente nele. Quem permanece no momento é capturado pelo momento. Costumamos imaginar a liberdade como desvinculada do instante. Com isto, ela se esvazia, pois apenas o momento é pleno, mais ainda: no momento, já estamos na meta.”

Ou seja, a liberdade dos adultos está na aceitação da vida como ela foi e como ela é. E por vida entende-se nossos pais pois a vida chegou até nós por meio destes dois seres humanos completamente imperfeitos.

Há adultos que, ao negar os pais que tiveram e sua história, escolhem permanecer pequenos, crianças, presos à aprovação, à expectativa e ao julgamento de outras pessoas.

Quando podemos entender que temos todos limitações, histórias complexas, que estamos envolvidos com as questões de nosso sistema familiar, podemos então ser livres.

Livres de expectativas que não se realizarão, dos objetivos que não são nossos, de modelos de relacionamento que só existem nas novelas. Essa é a liberdade dos adultos, minha gente! A liberdade interna, do autojulgamento, da autocobrança, do desejo de ter pais melhores, da teimosia de ter tido outra infância, da insistência em ter tido outra vida.

Agora chegou o momento de colocar a mão na massa. A liberdade não vai bater na sua porta. É preciso ir atrás dela.

Como fazer isso? Conhecendo a você mesmo! Estude a história da sua família, conheça os percalços dos seus antepassados, abra sua mente e seu olhar para os acontecimentos, saia do julgamento, você paga um preço muito menor hoje porque todos os que vieram antes erraram por você!

Constele! Encontre as peças que faltam do seu quebra cabeça e perceba essa porta se abrindo diante de você. O momento de atravessá-la se aproxima…

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